VoZ Em FúRiA: Você escolheu o modo como vive?



Por Eric Silva e Sâmia Pereira


Sabe aquele momento em que você está fazendo uma coisa com a qual não se identifica? Ou quando você quer muito chutar o balde pra mil imposições que te fazem? Essas situações são bem comuns e levam a uma pergunta maior: você escolheu o modo como vive?


Essa questão já foi pensada diversas vezes por quase todo mundo, quem ainda não pensou ainda vai pensar com certeza, seja lá qual for o motivo, você pode estar muito feliz com o molde de vida que tem, ou muito insatisfeito, não importa, uma hora nos indagamos sobre isso.


Entenda modo de viver como as opções que nos deram, que foram construídas ao longo do tempo, desde que as sociedades foram se formando e nascemos dentro de tudo isso sem opção é claro. Nos adequamos nesses modos porque vivemos em coletivos, podemos transformar de alguma forma os modos, mas eles sempre serão modos e isso é desconfortável, mas precisamos disso para viver juntos.


Desde o início de nossas vidas, somos bombardeados por fatos e não é sempre que temos a oportunidade de contestá-los. Ou, também, não queremos contestar. Pitágoras, matemático grego, acreditava que os números eram perfeitos. Quando ele descobriu que haviam divisões de números que não davam resultados exatos, escondeu esse fato de todo mundo. E por que isso aconteceu? Porque Aristóteles era tão crente e acomodado àquela ideia inicial a ponto de nem pensar em aceitar qualquer outra possibilidade.


Os modos de viver (ou melhor, de sobreviver) são necessários porque já nascemos em uma sociedade que nos obriga a ser alguém, fomos colocados sem sermos avisados, fazemos parte de algo que foi imposto desde criancinha e não podemos fazer nada. Sempre temos que seguir o modo, não tem como fugir, apenas resistir de vez em quando.


Da restrição que as pessoas fazem ao próprio pensamento para a restrição a seus modos de vida é só um pulo. Porém, nem sempre essa restrição é algo racional, pensado previamente. Há a possibilidade de que a pessoa tenha percebido que determinada crença sua não é bem o que pensava.


As chances do cara tomar essa segunda decisão são muito grandes. Vivemos em uma época de decisões cômodas, onde todos planejam tanto a própria vida a ponto de transformá-la em um imenso cronograma, apenas riscando e incluindo tópicos, sem de fato conhecê-los e vivê-los em sua totalidade.


O acaso já não é algo visto como positivo ou como possibilidade, os moldes de viver nos dominam de tal forma que se algo sair do planejamento diário nos decepcionamos, achamos que perdemos tempo na arquitetura do nosso viver ( e será que não perdemos mesmo?). As pessoas não estão prontas para algo tão nítido e claro que é o inesperado, sendo que, ele já é algo que pode ser pensado, obviamente o inesperado já deve ser esperado.


E nesse sentido, viver é estar consciente de si e de tudo o que pode fazer e acontecer. Existência é algo mais natural, é algo que é te dado, que não tem possibilidade de recusa. Mas Viver é questão de escolha. Você escolhe estar presente no que faz – e mais, saber o que faz.


É galera, os modos de viver sempre nos seguirão até o fim dos nossos dias, o que pode ser feito para não se afetar tanto é tentar levar a vida da maneira que achar melhor, é mudar quando estiver afim ou se agarrar com toda força quando se tem certeza, mas não bloqueie sua vontade por um modo, porque afinal, as escolhas são sempre nossas.



“Choose Life. Choose a job. Choose a career. Choose a family. Choose a fucking big television, choose washing machines, cars, compact disc players and electrical tin openers. Choose good health, low cholesterol, and dental insurance. Choose fixed interest mortgage repayments. Choose a starter home. Choose your friends. Choose leisurewear and matching luggage. Choose a three-piece suit on hire purchase in a range of fucking fabrics. Choose DIY and wondering who the fuck you are on Sunday morning. Choose sitting on that couch watching mind-numbing, spirit-crushing game shows, stuffing fucking junk food into your mouth. Choose rotting away at the end of it all, pissing your last in a miserable home, nothing more than an embarrassment to the selfish, fucked up brats you spawned to replace yourselves. Choose your future. Choose life... But why would I want to do a thing like that? I chose not to choose life. I chose something else. And the reasons? There are no reasons. Who needs reasons when you've got heroin?”

(Trainspotting- 1996)




Comentários

  1. Bom..eu acho isso muito dificil de ser compreendido pela maioria das pessoas..afinal sabemos né..nem todos perdem a "BARREIRA" principal da mentalidade! porém..creio que como diz no texto mesmo..uma hora ou outra rs..apesar de eu nao viver exatamente assim..almejo isso pra minha vida..e venho buscando isso cada vez mais..embora ainda muitas coisas me prendam! Mas pelo menos tenho a visão de entender o barato rs...

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  2. Manolo, curti o assunto, concordo e muito com o que diz. Mesmo que estejamos presos a algo como um emprego que não gostemos, devemos separar aquele tempo para que possamos atender a necessidades que surgem ao acaso, como por exemplo a vontade de ter algo que desejamos sem nos importar com que pensam sobre isso. Poder tirar o peso do dia-a-dia com uma boa leitura, um salto de paraquedas pra variar, ou o que for que nos de na "telha". Enfim, vivam camaradas. Se o mundo nos impõem "moldes" a serem "cumpridos", imponham tbm sua vontade, pois esta é única.

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  3. Curti muito o tema, meio polêmico e ótimo pra gerar debates sobre liberdade,coerção social e tudo mais, boa sorte pra vocês em!

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  4. muito bom mesmo o texto, diversas vezes eu fico me perguntando se eh isso mesmo que eu quero... :D boa !

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  5. tem muita gente tbm que eh altamente influenciada por varios fatores e costumes impostos pela sociedade, ou que nao tem uma personalidade propria pra mudar manja ??

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  6. Exatamente Pemba ! ;)

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