VoZ Em FúRiA: Qual é o valor que você dá às suas relações pessoais?



por Sâmia Pereira

Como você se relaciona com as pessoas que te rodeiam? Como você encara essas relações? São esses questionamentos que venho fazer a vocês.

Primeiro, é preciso lembrar que as pessoas não se relacionam simplesmente pelo prazer. As relações humanas nasceram basicamente de necessidades e interesses em comum. Ou seja, pura questão de sobrevivência.



Ao escolher o modo de vida, automaticamente existe a seleção das pessoas que surgirem na vida de acordo com as opções que forem feitas e a partir daí, cria-se todo tipo de relação.

À mesma medida que o cotidiano tornou-se controlado por meio das tarefas que a sociedade nos impõe, como o trabalho e os estudos, também passa-se a controlar as relações com as pessoas à volta – como se, em meio a tantas outras atividades, relacionar-se socialmente também fosse uma obrigação, sendo que esta é geralmente intrínseca no viver.

A partir daí, conversar com pessoas com quem não há o mínimo interesse em manter contato até parece justificável. Aquele “bom dia” dado àqueles conhecidos que você vê todos os dias não passa de mera educação e não quer dizer que, necessariamente, você se importe com os sentires do outro. No fundo, é apenas pressão social para sem “agradável” em público.

É desta educação que surgem as relações superficiais, geralmente constituídas por conversas banais entre conhecidos sem o menor grau de intimidade – e não são difíceis de serem encontradas. Basta observar as conversas de ônibus, elevador, consultório ou até os “amigos de rolê”.

Daí vêm as redes sociais, modificando o conceito de amizade: "conhecidos" de um dia são assim classificados, por exemplo, no facebook. São diversas pessoas que você não sabe o básico para dizer que, de fato, as conhece.

Indo mais fundo, se for parar pra analisar, ninguém se importa com ninguém nesses casos; ambas as partes queriam uma forma de se divertir e/ou fazer o tempo passar mais rápido e ter alguém com quem ter um papo.

Dessa forma, essas pessoas tornam-se transitórias, pois não fazem parte do viver da pessoa por não adquirirem espaço nele. Sem deixarem o posto de desconhecidas, elas não fazem uma diferença significativa na vivência do outro por não apropriar-se ou desenvolver a relação que, no caso, não foi fixada.

O contrário, para todos os casos, é verdadeiro. A indiferença de um para com outro pode ser igual e você pode ser apenas um personagem que apareceu por acaso em uma história qualquer.


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